abril 27, 2012

A Essência da Oposição ao AO em Portugal: Aversão à Lusofonia


… ou dois esboços por mão própria da Falácia Proprietária anti AO em Portugal

(1)
Miguel Támen, professor na universidade de Letras de Lisboa, deu uma entrevista ao jornal digital i desassombrada sobre a razão mais profunda que move os poucos mas bem colocados opositores ao AO90 em Portugal. A este respeito, destacamos as duas respostas seguintes (sublinhados nossos):
P: Qual a sua posição no que diz respeito ao AO?
R: Há pessoas que dizem que o acordo é mau porque foi tecnicamente mal feito; há outros que consideram que o acordo é mau porque é inválido e porque, juridicamente, não está em vigor; há ainda as pessoas que criticam o acordo como erro político, uma cedência a países terceiros; aqueles que são contra por entenderem que o acordo é ineficaz, por não existir um modo exequível ou prático de o implementar; e, por fim, os que o rejeitam por acharem que coisas como a língua não devem ser objecto de legislação e acordos. Percebo todas estas posições e concordo essencialmente com a última, mas a minha objecção principal não coincide com nenhuma destas.
P: Qual é então essa sua principal objecção?
R: Eu acho que o acordo é mau porque a ideia de lusofonia é má. Na minha opinião, tudo o que invoque a noção de lusofonia me parece deplorável.
(2)
António Emiliano, professor na U.Nova de Lisboa, tem uma opinião similar sobre o assunto; no que respeita à oposição ao AO, há que distinguir entre o lateral do fundamental, o acessório do essencial, como se constata no extrato seguinte (sublinhados nossos);
Com todos os problemas que a ortografia portuguesa em vigor possa ter — e tem-nos de facto e muitos e muito graves — não se mexe numa ortografia estabilizada [...] sem, acima de tudo, se acautelar o INTERESSE NACIONAL, que, no caso vertente, não reside alhures, p. ex. em terras de África ou de Vera Cruz.
O trecho acima foi retirado desta nota sobre o AO no mural do citado no Facebook. O autor reserva-se o direito de mudar de opinião, pelo que a transcrição corresponde à opinião publicada nesta data.

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